Atividades serão realizadas no Instituto Floresta Tropical (IFT) e têm como objetivo capacitar tomadores de decisão que podem levar informações para um público maior
Dos jovens em comunidades extrativistas do município de Santarém aos técnicos ambientais do município de Altamira, a gama de pessoas no Pará que receberá informações sobre manejo florestal é ampla. E esse conhecimento chegará por meio dos participantes do curso que o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) promove sobre o tema nesta semana.
Os 14 integrantes foram escolhidos entre líderes comunitários, professores, membros de entidades da sociedade civil organizada, educadores ambientais e servidores de secretarias de meio ambiente. “São formadores de opinião, pessoas que podem difundir informações sobre o manejo e ajudar a dar escala para essa atividade. O curso também contribui na uniformização de conceitos técnicos sobre manejo florestal entre as instituições responsáveis pelo desenvolvimento do setor florestal”, afirma o chefe da Unidade Regional do Distrito Florestal Sustentável da BR-163 do SFB, Fernando Ludke.
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A capacitação vai mostrar como é feito o manejo, ou seja, a extração planejada e sustentável de madeira e de produtos não madeireiros, como óleos e cascas. O manejo é, pela legislação, a forma que deve ser usada para obter produtos florestais porque, ao mesmo tempo em que gera benefícios, mantém a floresta em pé. O curso tem o apoio do Projeto BR-163: Floresta, Desenvolvimento e Participação.
Para que as técnicas possam ser melhor compreendidas, o curso é todo em campo, ou seja, todas as etapas, como inventário das árvores, extração e arraste são mostradas na prática. “Nós vemos que a percepção dos participantes muda em relação ao aproveitamento dos recursos florestais. Eles começam a ver que a floresta pode ser usada sem perder os serviços ambientais”, diz Ludke.
Entre os participantes estão dois técnicos do programa governamental Saberes da Terra, que oferece qualificação profissional e escolarização a jovens agricultores familiares de 18 a 29 anos que não concluíram o ensino fundamental. “Nossa expectativa é gerar conhecimento para atuar nesse campo de educação e levar conhecimentos e técnicas para a ponta”, diz João Raimundo Tenório da Silva, que vai atuar com a comunidade Cariá, na reserva extrativista Verde para Sempre.
Já o professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) Deivison Venicio Souza – um dos três docentes da UFPA convidados para a capacitação –, diz que será uma oportunidade de aprofundar os conhecimentos em manejo e repassá-los para os estudantes. “O curso vai dar uma base técnica maior para as aulas e permitirá mostrar a prática do inventário florestal, da exploração de impacto reduzido de forma mais clara e didática”, afirma.
O grupo também terá a presença da coordenadora do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (Ideflor) em Santarém, Pollyana de Sousa. A instituição desenvolverá uma série de atividades com comunitários que moram no entorno da primeira área sob concessão estadual, a Gleba Mamuru-Arapiuns. A ideia é capacitar os comunitários para que eles possam usar a floresta sustentavelmente e gerar renda. “Nós vamos trabalhar diretamente com manejo florestal comunitário e [a capacitação] é muito importante que a gente possa passar para os técnicos as experiências aplicadas no curso no Instituto Floresta Tropical (IFT)”, diz Pollyana.
Participam do curso ainda quatro funcionários da Secretaria Municipal da Gestão do Meio Ambiente e Turismo de Altamira; um integrante do Conselho Consultivo da Floresta Nacional Itaituba I e da Cooperativa Mista Agroextrativista do Caracol; um técnico da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), em Trairão; um educador da Escola da Floresta e um técnico do Instituto de Estudos Integrados Cidadão da Amazônia (Inea).
A capacitação começou no dia 2 e será realizada até sábado, 8.