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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

GOVERNO QUER PRESERVAR SANTUÁRIO ECOLÓGICO NO AMAZONAS

Por Priscila Galvão

O governo federal quer criar uma estação ecológica (Esec) no município de Maués, a 280 quilômetros de Manaus (AM). A região tem uma das maiores concentrações de primatas do mundo, além de abrigar mais de 600 espécies de aves. É um santuário ecológico. Os estudos já foram concluídos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que negocia agora com o Governo do Amazonas os últimos acertos.

Para isso, o presidente do Instituto Chico Mendes, Rômulo Mello, embarca na noite da próxima segunda-feira (5) com destino a Manaus, onde, no dia seguinte, terá encontros com a secretária de Meio Ambiente do Amazonas, Nadia Ferreira, e com parlamentares da Assembleia Legislativa. Ele vai discutir uma saída consensual para a criação da reserva, que enfrenta resistência de alguns setores locais.

DESMATAMENTO - A proposta de criação da unidade faz parte das metas do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM), do Governo Federal. Pela proposta, a unidade de conservação teria aproximadamente 663 mil hectares.

Mais de 400 mil hectares foram subtraídos da proposta inicial pela existência de títulos minerários. Em compensação, área de igual tamanho passará a compor a proposta de ampliação da Floresta Nacional (Flona) do Amana, no Pará.

De acordo com essa negociação, a compensação pela desafetação das UCs afetadas pelas usinas hidrelétricas de São Luís do Tapajós, Jatobá e Chacorão incluirá a implantação da Esec Alto Maués, a ampliação da Flona Amana e ainda a possível criação da Resex Montanha Mangabal.

A proposta da Esec Alto Maués abrange não apenas grande parte da gleba Parauari, mas também parte das glebas Urupadi e Buiuçu, situadas ao sul da primeira. Todas as glebas foram devidamente arrecadadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e se tratam de terras da União.

Para o embasamento da proposta foi feito um levantamento secundário de dados socioeconômicos da região, tendo como base as informações demográficas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

DIAGNÓSTICO - Também foi realizado o “Diagnóstico dos Aspectos Naturais da Área Prioritária para Conservação denominada Alto Maués”. As informações colhidas indicam elevada riqueza de primatas na região, sendo três delas endêmicas.

Também merecem referência os mapas com a distribuição de espécies de primatas na área da proposta, elaborados pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB) do ICMBio.

O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap) do ICMBio manifestou-se, informando que a área da futura unidade de conservação possui habitat adequado à sobrevivência da onça pintada e, por isso, a sua criação é extremamente relevante.

Já o Centro Nacional de Pesquisa para a Conservação das Aves Silvestres (Cemave) também se manifestou favoravelmente, pois a criação da unidade representa um importante passo do governo brasileiro na conservação da avifauna na região amazônica, atendendo inclusive compromissos internacionais como a Convenção de Washington, que prevê ações para a conservação de espécies migratórias e a Convenção da Diversidade Biológica.

Ascom/ICMBio