domingo, 28 de outubro de 2012
Trabalho preventivo evita tragédias em encostas de Santos SP
Rosana de Jesus da Silva, 27 anos, morava em área de risco no Morro do Tetéo. Removida pela Defesa Civil, há dois meses, ela reside com os filhos numa casa segura, próxima ao sopé do morro. Ana Bernardes dos Santos, 52, da Vila Pantanal (Saboó), uma das mais de 500 pessoas capacitadas pelos Nudec (Núcleos de Defesa Civil). Ações como essas integram o trabalho permanente de prevenção o realizado pela prefeitura para evitar ou minimizar desastres. O esforço resulta em mais de uma década sem mortes por risco geológico em Santos.
Buscamos aperfeiçoar o sistema e envolver a população, pois sem isso não é possível ter êxito. O diferencial é a conscientização, afirmou o chefe da Defesa Civil do município, Daniel Onias. Fazem parte da estratégia obras de geotecnia, infraestrutura, regularização de áreas, relocação de famílias, além do PPDC (Plano Preventivo de Defesa Civil), mapeamentos de risco e carta geotécnica.
Atuando em quatro fases - preventiva, socorro, assistencial e recuperativa - o setor faz em média 200 vistorias por ano, só nos morros. Em 2012 foram analisadas 11.407 moradias, na atualização do PMRR (Plano Municipal de Redução de Riscos). As de risco muito alto e alto são monitoradas com especial atenção no verão.
Moradia segura
Desde 2010, cerca de 50 famílias foram removidas e hoje estão em casa de parentes, recebendo auxílio-aluguel ou em abrigos da prefeitura e amparadas por programas de transferência de renda, capacitação do profissional e cestas básicas.
Depois de forte chuva, Rosana acionou a Defesa Civil. “Disseram que a casa podia escorregar. Fui encaminhada à assistente social e fiquei na casa da minha mãe até encontrar um novo lugar. Perdi a casa, mas não corro mais risco”, disse. As famílias sob risco alto e muito alto são anualmente notificadas da sua condição e orientadas antes do início de cada ciclo chuvoso.
De porta em porta, técnicos orientam os moradores e distribuem panfletos. Nesta perspectiva de prevenção, há planos de contingência, como o PPDC (Plano Preventivo de Defesa Civil) para áreas dos morros, realizado entre 1º de dezembro e 30 de abril, podendo ser prorrogado. Envolvendo diversas secretarias, abrange quatro níveis: observação, atenção, alerta e alerta máximo.
24 horas
Com sede na av. Rangel Pestana, 140, a DC atua com plantão 24h e conta com o Sistema de Alerta a Inundações. Um contrato com a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica para acesso à informações do radar metereológico. Acompanha diariamente o índice pluviométrico - no verão de três em três horas.
Também recebe boletins meteorológicos da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e alertas extraordinários do Centro Nacional de Alerta a Desastres. "Santos é uma das poucas cidades que conta com meteorologista contratado pela prefeitura para aprimorar informações, fazer análises e emitir alertas de qualquer mudança climática em tempo hostil", salientou Onias.
Multiplicadores
Crianças e adultos são formados como agentes multiplicadores, por meio do projeto 'Defesa Civil nas Escolas' e dos Nudecs. O primeiro, junto à Secretaria de Educação, consiste em palestras de conscientização nas escolas da rede, abordadas para mais de 4.400 mil alunos.
Já os Nudecs promovem treinamento dos moradores, como curso de brigada de incêndio, riscos geológicos e primeiros socorros. “Aqui no Saboó já tivemos três incêndios e a própria comunidade colaborou até os bombeiros chegarem. Quando há moradores preparados os riscos são menores”, disse Ana Bernardes. O telefone do plantão é 199 (24h). Informações: 3208-1000.
Fonte: Prefeitura de Santos