quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Água de lastro: Tripoli quer informações sobre despejo irresponsável no Litoral Norte de SP
A Comissão de Meio Ambiente aprovou nesta quarta-feira (19), por unanimidade, requerimento do deputado Ricardo Tripoli (SP) solicitando informações aos Ministérios do Meio Ambiente; dos Transportes e da Defesa acerca do despejo de água de lastro, por parte de navios petroleiros, no litoral do município de São Sebastião (SP).
FOTO-DENÚNCIA
Foto: Ronaldo Kotscho -
A solicitação foi feita após o parlamentar receber em seu gabinete denúncias e fotografias recentes que demonstram estar em curso o derramamento da substância, por parte de embarcações de grande porte. Conforme as imagens, os navios João Candido; Knot e Nord Butterfly estariam despejando irresponsavelmente o material no canal de São Sebastião, a poucos metros da costa.
Tripoli considera a denúncia grave, levando em conta que o município situa-se no Litoral Norte do Estado de São Paulo, região que guarda alguns dos mais importantes remanescentes de mata atlântica e de manguezais do país.
Diante da situação, Tripoli quer saber se há conhecimento por parte dos Ministérios sobre o despejo ilegal da água de lastro; se houve contaminação do mar e quais providências já foram tomadas.
PONTOS DE RISCO
“Faltam fiscalização e regulamentações mais severas quanto a esse assunto. Os portos, como áreas fechadas, são pontos de grande risco. O despejo da água de lastro no mar é uma emissão crônica que afeta todo o equilíbrio do meio ambiente”, argumentou.
A água de lastro é o líquido recolhido nos oceanos de todo o mundo e armazenado em tanques nos porões dos navios. O uso da água de lastro tem o intuito de dar estabilidade às embarcações quando elas estão navegando sem cargas.
“O grande perigo é a ameaça ao ecossistema, podendo causar graves desequilíbrios marinhos, gerando sérios riscos para a biodiversidade e também para a população. Ao encher os tanques de lastro, as embarcações armazenam, junto com a água, organismos que pertencem ao local de onde a água foi retirada. Esses organismos reúnem espécies como peixes, algas, mariscos e outros pequenos invertebrados”, explicou.