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quarta-feira, 6 de junho de 2012

RIO + 20 SERÁ UM FRACASSO!

Seminário internacional alerta: “Rio +20 está perdida. Devemos nos preparar para pautar as próximas Conferências’’ Durantes os dias 5 e 6 de junho, líderes do movimento ambientalista de Brasil e Argentina reunidos em Buenos Aires classificaram como frágeis e tímidas as propostas para a Rio +20 e alertam: para além de uma crise financeira, estamos às vésperas de uma crise civilizacional A capital portenha recebeu conceituadas lideranças do movimento ambiental brasileiro e argentino para dois dias de intensos debates e exposições de estudos científicos acerca dos temas que circundam a Conferência das Nações Unidas como o desenvolvimento sustentável, segurança alimentar, redução da pobreza a zero, fontes alternativas de energia e mudanças climáticas. “O ritmo econômico, acelerado e voraz não acompanha o ritmo do desenvolvimento humano. A sustentabilidade é o único caminho, uma questão de sobrevivência e o compromisso desta geração para com as gerações futuras”, avalia o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam) e integrante do Conselho Nacional do Meio Ambiente, Carlos Bocuhy. Os mais de 25 palestrantes, especialistas em áreas como Direito Ambiental e Políticas para o Desenvolvimento Sustentável, acadêmicos, economistas, cientistas e integrantes de organizações sociais para a defesa do meio ambiente dos dois países apresentaram panoramas e dados alarmantes sobre o atual cenário do planeta. “140 corporações controlam 40% do mundo corporativo. Produzimos grãos o suficiente para prover a alimentação de todas as pessoas que habitam este mundo, com 800g desta produção por dia. Isso reflete a concentração de poder econômico e demonstra que há um problema grave de governança política que afeta diretamente a distribuição de renda e a qualidade de vida das populações”, afirma o economista Ladislau Dowbor. E completa: “A produção aumenta, mas a satisfação com a vida não”. “Este cenário exige controle social intenso para garantir a conservação dos recursos naturais, respeitando as especificidades de cada país e seus ecossistemas”, de acordo com o professor Paulo Affonso Leme Machado, doutor honoris causa, uma das maiores autoridades brasileiras para questões ambientais que soma 40 anos de trabalhos dedicados ao tema. Para Mauro de Moraes Victor, engenheiro agrônomo e um dos autores da Agenda 21, é preciso estabelecer uma nova ordem mundial para aplacar as desigualdades sociais e frear a destruição do planeta: “Vivemos na iminência de crises financeira, climática, alimentação, combustíveis fósseis e governança global. Quando todas convergirem em um mesmo momento o mundo como o conhecemos entrará em colapso. É o que chamamos de crise civilizacional”. “Desenvolvimento é qualitativo e o crescimento é quantitativo. Atualmente, optam-se por ações que visem o crescimento e não o desenvolvimento. O problema não é mais da Ciência, que cumpre seu papel com a elaboração de estudos e argumentos teóricos. O problema está na ética, no processo decisório. A Rio +20 ignora a ciência e cobre de verde um discurso que é corporativo. É preciso ter Ciência com consciência”, avalia a oceanógrafa e professora da USP Yara Novelli. Os especialistas do Proam alertaram os mais de 400 participantes sobre a importância da clareza na divulgação das informações referentes ao tema da sustentabilidade. “Falar em economia verde é como pedir a um tigre que seja vegetariano. O que precisa mudar urgentemente é o modelo de economia, que é predatório, faz uso mercantil dos recursos naturais e insiste em práticas de consumo excessivo”, enumera Ladislau Dowbor. Outra tese defendida pelo Proam está baseada no fomento à participação popular nos fóruns e conselhos ambientais, como explica Luiz Mourão, do Conselho Nacional de Meio Ambiente: “Esses espaços são fundamentais para a formação de políticas públicas verdadeiramente eficientes. Somente a população, diretamente atingida pelos resultados da má conservação ambiental, é capaz de proporcionar um diagnóstico preciso e assim indicar ações que possam contribuir para o uso racional dos recursos e manutenção de áreas verdes”. É preciso medir a capacidade de suporte do Planeta A proposta do Proam para o avanço na conservação da biosfera indica o desenvolvimento de unidades de mensuração dos impactos ambientais, com o objetivo de controlar a destruição do planeta, como explica Carlos Bocuhy. “Propomos um método para medir o quanto a Terra ainda pode suportar em termos de alteração de seu ecossistema. É preciso lembrar que nossas reservas de água, por exemplo, estão em níveis críticos, assim como os índices de desmatamento para a instalação de obras viárias, entre outras. Aqui, a Ciência desenvolve papel fundamental na criação de ferramentas que possibilitam maior controle social sobre os recursos naturais, patrimônio de toda a humanidade”.