quinta-feira, 28 de junho de 2012
CURSO DE PLANEJAMENTO DE TRILHAS MOSTRA RESULTADOS
Os cursos de Planejamento de Trilhas e Manejo de Impactos da Visitação, promovidos pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e dirigidos aos gestores das unidades de conservação, têm dado bons resultados.
Um exemplo é o Parque Nacional da Serra do Cipó, em Minas, que, com base no projeto desenvolvido durante o treinamento, transformou uma antiga trilha de prevenção do fogo em opção de passeio para os visitantes no interior da unidade.
A primeira edição do curso ocorreu no ano passado, em Itatiaia (RJ). Atualmente, está em andamento a segunda edição, que termina em 7 de julho, no Parque Nacional da Serra do Caparaó, em Minas. O treinamento integra o Plano Anual de Capacitação, coordenado pela Diretoria de Planejamento, Administração e Logística e conta com o apoio do Serviço Florestal Americano (USFS).
Durante o curso, os participantes devem, entre outras tarefas, apresentar um projeto de implantação ou recuperação e manejo de trilhas em sua unidade de origem, sob a orientação da Coordenação Geral de Uso Público e Negócios do ICMBio (CGEUP/ICMBio).
Educação e interpretação ambiental
Com base no projeto desenvolvido na primeira edição do curso, os gestores do Parque da Serra do Cipó transformaram uma antiga trilha de prevenção do fogo em mais uma opção de percurso de curta duração para os visitantes, onde se pode realizar atividades de educação e de interpretação ambiental.
Com extensão total de 1.800 metros, a trilha localiza-se em área de vegetação típica de cerrado com trechos de campo rupestre. O traçado conduz o visitante ao Mirante da Bem que, segundo o analista ambiental responsável pelo projeto Edward Elias, é uma das vistas mais bonitas do Cipó.
Do mirante, é possível avistar a baixada do Rio Mascates, da Serra das Bandeirinhas e do Travessão, bem como localizar as cachoeiras da Farofa e Taioba e o cânion das Bandeirinhas. O mirante também serve como ponto de observação de possíveis focos de incêndios, sendo utilizado pelos brigadistas em atividades de monitoramento preventivo.
Essa trilha, bem como outras que se encontram dentro da área do Parque e levam aos principais atrativos, foram abertas antes da criação da unidade de conservação, sem planejamento ou critérios em sua execução.
Com o objetivo de minimizar os impactos e maximizar a experiência dos visitantes, o projeto construiu sua estratégia em intervenções de manejo da trilha com o apoio de voluntários e estagiários, que puderam participar de um dos quatro minicursos de Manejo de Trilhas realizados no Parque.
Visitas técnicas foram realizadas para avaliação das intervenções a serem realizadas na trilha. Após análises, o grupo decidiu manter o traçado original e realizar ações de manejo em pontos específicos da trilha. A conclusão das intervenções está programada para o final deste mês.
Envolvimento da comunidade
Segundo o analista ambiental Edward Elias, com a implantação do projeto e a aplicação das técnicas e metodologias aprendidas durante o curso, as trilhas não apenas melhoraram e passaram a ser monitoradas continuamente, como houve o fortalecimento do envolvimento da comunidade e frequentadores do Parque por meio do Programa Voluntariado.
“As lições aprendidas durante o curso foram repassadas, por meio da realização de minicursos, a voluntários e estagiários do Parque, o que trouxe novos voluntários que aderiram ao Programa Voluntariado”, frisa Elias.
A execução do projeto aproximou a comunidade da Serra do Cipó à unidade de conservação, aumentou o conhecimento e o interesse dos estudantes. “Estamos assistindo a um processo de resgate do sentimento de pertencimento a uma comunidade que durante muitos anos andou distante do Parque Nacional da Serra do Cipó. Este está sendo o nosso maior e mais valioso ganho”, comemora Elias.
Comunciação ICMBio