segunda-feira, 28 de maio de 2012
Serviço Florestal capacita produtores de mudas de espécies da Mata Atlântica
Primeiro treinamento realizado pelo SFB na Mata Atlântica beneficiará cinco viveiros da Bahia, Paraíba e Pernambuco contemplados com o apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal
Contribuir para a restauração da Mata Atlântica – bioma que mantém somente 22% de sua cobertura original – é o objetivo da capacitação que o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) realiza entre segunda e sexta-feira, dias 28/05 a 1º/06 para viveiristas que atuam nesse bioma no Nordeste.
A ação é financiada com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF), gerido pelo SFB, e vai atender produtores de mudas de Medeiros Neto (BA), João Pessoa (PB), Fernando de Noronha (PE) e Ribeirão (PE) que tiveram seus projetos selecionados pelo FNDF por meio de chamada pública.
“Vamos apresentar técnicas e conhecimentos que podem auxiliá-los a melhorar a produção de mudas, aumentar a oferta e a diversidade de espécies produzidas, diminuir custos e ter mudas com maior qualidade”, afirma o engenheiro florestal do SFB Alencar Garlet.
O curso abordará desde os requisitos legais para produção e comércio de mudas aos aspectos técnicos do trabalho, como escolha do local para implantação do viveiro, instalação e gerenciamento do viveiro, preparo de substratos, cuidados fitossanitários, parâmetros de qualidade, irrigação e adubação. Outros assuntos em pauta serão gestão do negócio e identificação de mercados.
As atividades ocorrerão dentro da Floresta Nacional (Flona) de Nísia Floresta, a cerca de 50 quilômetros de Natal (RN), que está situada no bioma Mata Atlântica. A Flona, além de contar com auditório para aulas teóricas, possui um viveiro para aulas demonstrativas e práticas. O treinamento tem o apoio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), gestor da unidade de conservação.
Depois do treinamento, que terá 40 horas de duração, cada viveiro será visitado duas vezes por técnicos da empresa contratada do SFB para esta ação, e receberá 60 horas de assistência técnica. “Queremos ver quais são as dificuldades que eles enfrentam e que processos podem ser aperfeiçoados. Vamos acompanhá-los para fornecer orientação”, diz o engenheiro.
Espera-se que a iniciativa minimize um dos principais gargalos para plantios florestais do bioma, que é a disponibilidade de mudas. “Geralmente há dificuldades em encontrar mudas em quantidade e diversidade suficientes, em especial para a restauração com fins ecológicos”, diz Garlet. Grande parte das restaurações na Mata Atlântica está ligada a licenciamentos ambientais de grandes empresas ou empreendimentos.