quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
BRASIL ULTRAPASSA A MARCA DE 10 MIL CAVERNAS CONHECIDAS
Segundo dados do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Brasil já ultrapassou a marca de 10 mil cavernas conhecidas. O dado oficial é de 10.134 cavernas registradas, o que permite definir, implementar e avaliar a efetividade das políticas públicas voltadas para proteção das cavernas, como o Programa Nacional de Proteção do Patrimônio Espeleológico que tem como meta inicial a criação de 30 unidades de conservação (UC) voltadas para a proteção desse ecossistema.
Minas Gerais e Pará concentram mais de 50% das cavernas cadastradas e cujos dados são disponibilizados pelo centro. Diferentes fontes de informação foram utilizadas na construção dessa base de dados do Cecav/ICMBio e indicam que 3.750 cavidades foram conhecidas a partir de levantamentos realizados para fins de licenciamento ambiental. Nos estados de Minas Gerais e Pará, por exemplo, tais áreas cársticas apresentam grande potencial mineral.
O bioma Cerrado concentra mais cavidades do que todos os demais biomas juntos, o que revela o predomínio dessas feições nesse ecossistema. Um dos potenciais é o do chamado espeleoturismo, especialmente nas regiões de Bonito (MS), Bodoquena (MS), Mambaí/São Domingos (GO) e Nobres (MT). Neste bioma vêm sendo feitos historicamente estudos, tanto por empresas ou profissionais contratados quanto por espeleólogos, grupos de espeleologia e equipe técnica do Cecav/ICMBio.
A maior representação de cavernas está nas unidades de Uso Sustentável, em detrimento das Unidades de Proteção Integral, sendo as florestas nacionais as que tem a maioria dessas cavidades - 1.050 ao todo – em especial na Floresta Nacional de Carajás, que abrange a Serra dos Carajás, uma área de exploração mineral que abriga grande parte das cavernas já prospectadas pela Vale.
Ainda há necessidade de uma efetiva promoção de expedições de prospecção, para uma sistemática de coleta de dados mais completa, bem como a adoção universal de métodos e técnicas de coleta padronizadas. “Com os dados que dispomos, estima-se que grande parte do patrimônio espeleológico permanece desconhecido ou pelo menos sem localização espacial precisa”, frisa o chefe do Cecav/ICMBio, Jocy Brandão.
Cavernas
As cavidades naturais subterrâneas constituem bens da União e compõem o patrimônio espeleológico nacional. De acordo com a Política Nacional do Meio Ambiente, (lei 9.985/2000 e decreto 6.640/2008) elas são legalmente protegidas.
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), tem como atribuições a pesquisa científica e implementação de ações de manejo para conservação dos ambientes cavernícolas e espécies associadas.
Ele é o principal executor do Programa Nacional de Conservação do Patrimônio Espeleológico e representa o ICMBio na gestão do Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (CANIE). Cabe ao Cecav promover ações voltadas ao monitoramento e aperfeiçoamento dos instrumentos relacionados ao controle e uso das cavidades naturais subterrâneas.
No cumprimento de suas atribuições, o Cecav constituiu uma base de dados geoespacializados alimentada por informações das cavidades prospectadas e citadas em relatórios e estudos técnicos, acadêmicos e científicos e registradas em cadastros temáticos ativos, como o Cadastro Nacional de Cavernas (CNC), da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), e inativos, como o Codex da Redespeleo, temporariamente desativado.
Essa Base do Cecav atende temporariamente algumas das funções previstas para o CANIE, sistema ainda em fase de implantação. Além de armazenar os dados coletados, sistematizados e georreferenciados relativos às cavidades naturais subterrâneas distribuídas no território brasileiro, o CANIE dá suporte à ampla e irrestrita disponibilização de informações temáticas realizadas pelo centro de pesquisa.
Acesse a base de dados do Cecav, http://www4.icmbio.gov.br/cecav/index.php?id_menu=228
fonte: ICMbio