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domingo, 18 de setembro de 2011

QUEIMADAS MUDAM ROTINA DE ANIMAIS SILVESTRES


por Agência Brasil

Tamanduás estão entre os animais que têm sofrido com as queimadas em Brasília (DF)

As queimadas que se espalham pelo país afetam diretamente a vida dos animais silvestres. Nos últimos dias, especialistas da Floresta Nacional de Brasília (Flona) e agentes da Polícia Ambiental resgataram várias espécies, de pássaros raros a tatus e tamanduás. O biólogo Léo Gondi, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), alertou que os impactos a médio e longo prazo são assustadores.

“Há um impacto terrível. [Antes das queimadas] os animais tinham um território, agora eles se veem obrigados a buscar outro local que está ocupado por animais, na maioria das vezes predadores”, disse o biólogo. “É um problema gravíssimo, pois os animais que mudam de hábitat são expulsos do seu [ambiente] natural e enfrentam a escassez de comida”.

Apenas nos últimos dias, o ICMBio contabilizou 56 animais silvestres que tentavam escapar das queimadas na região da Flona. Foram recolhidos lobos-guará, tamanduás-bandeira, veados campestres e papagaios. Também foram acolhidos, machucados, um veado e um tamanduá-bandeira. Foram encontradas três cobras mortas.

Segundo Gondi, o animal silvestre, quando tem seu território destruído, sai em busca de outro local para viver. Quando o encontra e o local está sob domínio de espécies distintas ou até mesmo de animais da sua espécie, surge uma disputa por espaço. De acordo com ele, os animais passam a se enfrentar e sobrevive o mais forte. “A média de uma queimada a cada dois anos é ruim para manter a sobrevivência das espécies”, advertiu.

O biólogo acrescentou que os efeitos das queimadas também pesam sobre os recursos hídricos e a vegetação como um todo.

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