Por Paulenir Constâncio
Estudos do Ibama, com base em imagens de satélite, demonstram que entre 2009/2010 o desmatamento no Cerrado voltou a apresentar queda. A perda de vegetação nativa no período foi 6,2 mil quilômetros quadrados, contra 7,4 mil quilômetros quadrados em 2008/2009.
O Plano de Ação de Prevenção e Combate às Queimadas e ao Desmatamento no Cerrado completa um ano na próxima quinta-feira (15/09), com uma boa notícia. A área desmatada no Cerrado caiu 16% entre junho de 2009 e julho de 2010. Levantamentos com base em imagens de satélite, registram a perda de 6,2 mil quilômetros quadrados de cobertura vegetal, contra 7,4 quilômetros quadrados no mesmo período de 2008/2009. Se forem consideradas as médias anteriores, que começaram em 2002, o desmatamento diminuiu 40% . "A dinâmica de redução do desmatamento vem se confirmando", afirmou a ministra do meio ambiente Izabella Teixeira.
Os dados analisados pelos técnicos de geoprocessamento do Ibama foram divulgados nessa terça-feira (13/09) em Brasília. No bioma é possível desmatar legalmente até 80% das propriedades, por isso, reduzir de 0,37% para 0,32% no total da área desmatada é considerado um resultado bastante expressivo. "Com a economia do Cerrado em crescimento, a pressão por novas áreas poderia ter puxado para cima as taxas de desmatamento, o que não ocorreu", avalia o diretor de políticas para o combate ao desmatamento do MMA, Mauro Pires.
Ao contrário da Amazônia, onde esse controle gerou dados acumulados capazes de permitir uma análise mais detalhada, no Cerrado a falta deles faz com que se utilizem médias que vem desde 2002. A ministra Izabella anunciou, para breve, sistemas de monitoramento baseados
no modelo que o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), emprega para vigiar a Amazônia em todos os biomas brasileiras, a começar pelo Cerrado.
Izabella esclareceu que não é possível separar a parcela de desmatamento ilegal no Cerrado da supressão da vegetal autorizada, feita de acordo com a lei . Porém, o estudo do Ibama indica que parte do cerrado, nesse período, foi alvo do desmatamento secundário. Isso quer dizer que áreas utilizadas no passado e em avançado estágio de recuperação natural foram novamente desmatadas.
As atividades agropecuárias e a produção de carvão para alimentar a siderurgia são apontadas como causas tradicionais do desmatamento, mas o crescimento desordenado das áreas urbanas também devem ser considerados, alertam os técnicos. Quem vai definir o conjunto de fatores responsáveis pelo desmatamento é o trabalho de campo do Ibama. Independente disso, a redução por dois períodos consecutivos já está sendo considerada um bom indicativo de que é possível controlar o desmatamento, mesmo com crescimento econômico.
O Maranhão e o Piauí, que desmatou em um ano o equivalente a 1% de todo o seu território, foram responsáveis pelas maiores áreas de desflorestamento. Somados, os dois estados derrubaram mais de 2,3 mil hectares de mata nativa. A perda é equivalente a 25 mil campos de futebol.
ASCOM
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