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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Manejo florestal tende a se fortalecer com demanda por produtos sustentáveis


Manejo florestal tende a se fortalecer com demanda por produtos sustentáveis


Mercado interno, que consome cerca de 80% da madeira produzida na Amazônia, dá sinais de maior preocupação com origem legal. Extração planejada, por meio do manejo, conserva a floresta.

O manejo florestal, que é o uso planejado e sustentável da floresta para obter madeira e produtos como óleos e sementes, tende a ganhar força como estratégia de proteção delas. É o que afirma o diretor do diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Antônio Carlos Hummel, por ocasião do Dia de Proteção às Florestas, comemorado em 17 de julho.

Segundo Hummel, essa tendência é impulsionada, entre outros fatores, pela exigência crescente de madeira legal, originada do manejo. "O mercado interno, que consome quase 80% da madeira processada na Amazônia, mostra sinais de consumo mais consciente, como a existência de acordos, principalmente no estado de São Paulo, para a obtenção de madeira de fontes legais".

As exportações de madeira, embora representem uma fatia menor do mercado, estimulam a produção legal, pois os principais compradores - que são Estados Unidos e Europa -, exigem comprovação de origem. Em 2009, norte-americanos e europeus importaram em torno de 70% da madeira destinada ao exterior.

POLÍTICAS PÚBLICAS - Ao lado da influência exercida pelo mercado, Hummel destaca as políticas de comando e controle e de fomento ao uso sustentável das florestas desenvolvidas pelo governo federal, entre elas, as concessões florestais, em que a única forma de produção permitida é o manejo. "Existe uma tendência forte da fiscalização, o que inibe a extração ilegal e predatória e favorece o manejo", diz.

Há mais de 1 milhão de hectares de floresta previstos em pré-editais, editais e contratos de concessão florestal federal. Por meio das concessões, empresas, cooperativas e associações têm acesso à floresta para produzir madeira de forma sustentável, em contratos de até 40 anos de duração.

Estimativas do Serviço Florestal mostram que a atividade produtiva sustentável em 10 milhões de hectares de florestas públicas em flonas poderia atender 20% da demanda por madeira tropical. "É necessário disponibilizar mais 20 a 25 milhões de hectares para concessão, de florestas hoje não destinadas, para termos uma economia madeireira sustentável na Amazônia, pois as concessões ordenam a atividade madeireira, combatem o desmatamento e evitam a grilagem", afirma.

Os estados também estão mobilizados para realizar concessões. O Pará concluirá em breve o processo de concessão para uma área de 150 mil hectares e estados como Amapá e Acre se articulam para adotar esse instrumento. Já o manejo feito por comunidades ganhou apoio com o Programa Federal de Manejo Comunitário e Familiar.

Segundo Hummel, o manejo florestal é uma das principais alternativas para manter a floresta em pé frente às pressões exercidas por outras atividades econômicas sobre os biomas, principalmente a Amazônia. "O manejo mostra que floresta pode valer mais em pé. Manejo é um caminho sem volta, associado ao pagamento dos outros serviços que a floresta oferece", diz.

FOTO RENATA KOTSCHO