domingo, 14 de abril de 2013
A Petrobras e o Caso Itatinga: a contaminação que começou nos anos 70 e continua até hoje, fazendo vítimas fatais
"O caso apresentado pela Associação de Combate aos Poluentes Orgânicos Persistentes (ACPO) envolve o despejo de resíduos de petróleo pela Petrobras nos anos 70. Jeffer Castelo Branco, representante da associação no encontro, contou ao Fase Notícias sobre a prática adotada pela estatal naquela época, mas que ainda hoje gera efeitos negativos para a saúde coletiva.
Na área em que hoje fica o bairro de Itatinga, havia um terreno descampado há cerca de trinta anos. Ali, a Petrobras abriu uma grande fossa e começou a despejar os resíduos da extração de petróleo sem qualquer cuidado com o armazenamento. O tempo passou, o terreno foi loteado e virou um bairro residencial.
Há pouco tempo [2006], um morador percebeu que havia manchas pretas em seu quintal. Outro, durante uma obra em sua casa, viu ocorrer uma pequena explosão de gás em sua sala. Assustados, os moradores começaram a promover denúncias. Chamaram a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e obtiveram laudos técnicos comprovando a existência de quantidades expressivas e preocupantes de resíduos tóxicos e cancerígenos.
Paralelamente, surgiu a suspeita de que os índices significativos de doenças no bairro tivessem a ver com os resíduos. Iniciou-se um diálogo com a Petrobras, que disponibilizou um médico para consultas mensais. Mas, segundo a ACPO, os exames não eram entregues aos cidadãos; e os médicos se preocupavam mais em afirmar que as doenças não tinham relação com os resíduos.
Um dos fatos mais dramáticos e recorrentes tem sido o nascimento de crianças com debilidades físicas. Hoje, como já se tornou impossível para a Petrobras negar o impacto que provocou, ela vem propondo aos moradores de Itatinga comprar seus imóveis a preços muito abaixo do valor.
Ocorre que os muitos danos à saúde já provocados demandam reparação, e a venda dos imóveis não pode – e nem deveria – cobrir estes gastos. Portanto, a ACPO ajuizou uma ação civil pública contra a Petrobras, exigindo o custeio dos tratamentos de saúde da população afetada pelos seus resíduos. “Queremos que o juiz dê parecer favorável ao pedido de que a Petrobras pague a assistência à saúde destas pessoas. Se o juiz não entender isso, não sabemos mais a quem recorrer, talvez só mesmo a um tribunal internacional de direitos humanos”, diz Jeffer Castelo Branco.
Vale acrescentar que a Petrobrás trabalha sem a autorização ambiental do município faz 3 anos.
Fonte:http://www.fase.org.br/v2/pagina.php?id=2255
Foto postada pelo vereador Gleivison Gaspar, por ocasião da vistoria, em março de 2013: https://www.facebook.com/professorgleivison
Mais informações nestes links:
Notícia de 2009: http://www.amaitatinga.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=59%3Apetrobras-negocia-para-retirar-mais-72-familias-de-area-contaminada-no-itatinga&catid=35%3Anoticias
Notícias de 2012: http://www.imprensalivre.com/novosite/noticia/13214/moradores-de-area-condenada-do-itatinga-cobram-providencias-da-petrobras/
http://www.costanorte.com.br/blog/editorias/cidades/sao-sebastiao/prefeitura-de-sao-sebastiao-embarga-area-da-petrobras-por-risco-de-contaminacao
Audiências na Câmara sobre o caso Itatinga, em 2013:
http://favoritoregional.blogspot.com.br/2013/03/o-caso-itatinga-i.html
http://favoritoregional.blogspot.com.br/2013/03/o-caso-itatinga-ii.html
http://favoritoregional.blogspot.com.br/2013/03/o-caso-itatinga-iii.html