Dia 17 o Instituto Supereco planta 2 mil mudas de árvores nativas em Caraguatatuba, litoral norte de SP
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A iniciativa favorece os recursos hídricos da região recuperando a mata ciliar e melhorando a qualidade da água. Evento aberto ao público!
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Conservar a mata ciliar, ou seja, a que se desenvolve nas margens dos rios, é fundamental para o desenvolvimento da flora, fauna e qualidade da água que chega até nossas torneiras, por isso, o Projeto Tecendo as Águas, do Instituto Supereco, tem como meta o plantio de 8,5 mil mudas de árvores nativas no litoral norte de SP até junho de 2015. Dia 17 de janeiro, próximo sábado, das 8h às 12h, o plantio de 2 mil mudas será na Fazenda Boi N’Água, Estrada Cambixo, Km 3, bairro Cambixo (Rio Claro), na área rural de Caraguatatuba. Toda a comunidade está convidada a participar devendo, nesse caso, ir com roupas confortáveis, botas, chapéu ou boné. As inscrições devem ser feitas pelo fone (12) 3892-6292 com Violeta ou Natália ou email gestaoambiental@supereco.org.br . Aos participantes será oferecido lanche e suco.
Trata-se de um plantio educativo e comunitário envolvendo os objetivos Saberes das Águas e Águas da Mata do Projeto Tecendo as Águas com apoio especial do Programa de Educação Ambiental da Nova Tamoios Contornos. As atividades de plantio serão auxiliadas e orientadas por profissionais da área de gestão ambiental da DERSA – Desenvolvimento Rodoviário S/A, empresa responsável pela implantação da nova rodovia do Litoral Norte.
Ainda haverá outros três mutirões para plantio de mudas até março. Entre as mudas estão espécies como sangra d’água, capororoca e aroeira-pimenteira que são árvores pioneiras, isto é, crescem rápido e dão sombra para outras espécies se desenvolverem. Serão plantadas também árvores como ingá, figueira, araçá e guarucaia cujos frutos aves e outros animais como macacos apreciam bastante e ajudam a dispersar sementes, auxiliando no crescimento de mais árvores. Nesse plantio serão ainda usadas mudas de pau-viola, tamboril, suinã, maricá, mutamba da várzea e angico branco.
São todas árvores presentes na Mata Atlântica, muitas específicas da restinga, ecossistema que hoje sofre forte degradação pela ação do ser humano. A ação acontece na beira do Rio Claro, um dos afluentes do Rio Juqueriquerê, ao lado do plantio realizado pelo Supereco em dezembro, criando um corredor biológico. O Tecendo as Águas tem patrocínio da Petrobras por meio do programa Petrobras Socioambiental, parceria da Chevrolet e dos Institutos Educa Brasil e Trata Brasil, e apoio do Centro de Educação Ambiental de Guarulhos, do Made in Forest, da OBME e das Prefeituras Municipais de São Sebastião e de Caraguatatuba.
Ajudando a natureza a se recuperar
No dia 6 de dezembro o plantio contou com a ajuda de voluntários como o Seu Sérgio Ferrari Pagnota e sua esposa Dona Dalva, ambos de 80 anos. O sol escaldante não desanimou o casal que chegou a plantar perto de 50 mudas: “É uma benção poder participar de uma ação dessas e ajudar o planeta. Faço isso pensando no bem de todas as pessoas e também da natureza. Espero que meus netos e bisnetos possam ver essas árvores crescidas”, disse Dona Dalva.
A fisioterapeuta Sônia Lopes de Oliveira também se ofereceu para o mutirão: “Já gosto bastante de plantar e faço isso na minha casa com frequência, mas nunca tinha participado de um mutirão e achei maravilhoso. É uma experiência incrível estar ajudando a natureza a se recuperar”. A estudante de Gestão Ambiental, Beatriz Manhoso, aproveitou a oportunidade para cumprir estágio: “É bom para meu curso, mas também adoro plantar. Quero ver essas árvores florescerem. Seria ótimo ver o resultado dessa iniciativa da qual participei”.
As matas ciliares são fundamentais para o equilíbrio ecológico reduzindo o assoreamento (processo que se observa no leito dos rios por acúmulo de detritos, lixo e entulho provocando transbordamento em épocas de grande quantidade de chuvas), mantendo a qualidade da água e impedindo a entrada de poluentes para o meio aquático. Também formam corredores ecológicos que contribuem para a conservação da biodiversidade fornecendo alimento e abrigo para a fauna. O nome “mata ciliar” vem do fato de oferecerem proteção a rios e lagos assim como os cílios protegem os olhos.
“Essa ação que estamos realizando nas margens dos cursos d’água da Bacia do Rio Juqueriquerê é de extrema importância, já que as águas destes rios são as que abastecem grande parte da população de São Sebastião e Caraguatatuba. Com o plantio nas margens destes rios, contribuímos com a possibilidade de se ter água em quantidade e com qualidade já que protegemos estes locais do acúmulo de materiais sólidos que podem causar o assoreamento dos cursos d’água. Além deste benefício para os seres humanos, estes lugares propiciam a manutenção da biodiversidade local. As matas ciliares fazem parte dos corredores ecológicos, conectando fragmentos florestais e muitos animais as utilizam para migrarem para reprodução, facilitando o fluxo genético entre a espécie”, explica o engenheiro florestal Juliano Hojah, coordenador da equipe de gestão ambiental do projeto Tecendo as Águas
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